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27.4.08

"A Partir de Amanhã" em Carrazeda de Ansiães

"A Partir de Amanhã" foi criado para o café-teatro do Maria Matos, em Lisboa, e agora continua a sua vida, numa digressão que vai durar todo o ano de 2008, visitando capitais de distrito, vilas e até, quem sabe, uma ou outra aldeia. Desafiando os circuitos de digressão e capitalizando os efeitos artísticos de um cálice de moscatel, Cláudia Gaiolas apresenta este espectáculo já nesta segunda-feira, dia 28 de Abril, às 21 horas, no Salão dos Bombeiros de Carrazeda de Ansiães.



“A partir de amanhã” é um espectáculo encenado e interpretado por Cláudia Gaiolas, a partir dum texto inédito de Tiago Rodrigues, escrito em colaboração com a actriz. Explorando as noções tão contemporâneas de tempo, da sua gestão e organização, este espectáculo pretende tratar o tempo também como uma utopia. Em última análise, o tempo é a grande utopia contemporânea no mundo ocidental e globalizado tecnologicamente.

“A partir de amanhã” é a história de uma mulher que imagina a sua agenda a partir do dia em que está a falar com o público. Se o espectáculo acontece a 12 de Junho, a protagonista desta história contar-nos-á a sua vida, dia a dia, a partir do dia 13 de Junho. Esse território inóspito e pragmático que é a agenda, torna-se assim um espaço de sonho, esperança, humor e frustração.

Ao imaginar a sua agenda futura, esta mulher faz um retrato de si própria, mas também de quem ela gostaria de ser e de quem ela sabe que nunca conseguirá ser. Alcançar a felicidade é o compromisso que está marcado para as 10h de terça, mas às 14h do mesmo dia continua a ser necessário entregar o modelo 3 do IRS.

Encenação e interpretação Cláudia Gaiolas
Texto Tiago Rodrigues
Apoio técnico João D’Almeida
Apoio de produção Magda Bizarro

25.4.08

Nature Theatre of Oklahoma - workshop no projecto ESTUDIOS

ESTÚDIOS é um projecto de formação e criação, do qual fará parte um workshop dirigido por Pavol Liska e Kelly Copper, directores artísticos da companhia Nature Theatre of Oklahoma. Este workshop é aberto a profissionais e estudantes das artes do espectáculo, mas faz também parte do processo de criação de A FESTA, espectáculo que irá estrear a 3 de Julho no Teatro Maria Matos. As inscrições para este workshop já estão abertas em www.teatromariamatos.egeac.pt.

Além deste workshop, os Nature Theatre of Oklahoma irão apresentar o seu espectáculo "NO DICE" em Lisboa, na programação do Alkantara Festival (www.alkantarafestival.pt). Aqui podem ver um excerto deste espectáculo que tem afirmado esta companhia como um dos mais inovadores projectos de teatro não só nos Estados Unidos mas também na Europa.



A FESTA DE PAVOL E KELLY
Workshop de teatro dirigido por Pavol Liska e Kelly Copper (Nature Theatre of Oklahoma)
De 22 a 31 de Maio das 14h às 18h na Sala de Ensaios do Teatro Maria Matos
Apresentação pública do trabalho a 1 de Junho, às 19H, no Teatro Maria Matos
Tempo total de trabalho: 40 horas
Limite de participantes: 12
O workshop será dado em Inglês

“Os directores artísticos do Nature Theater of Oklahoma, Pavol Liska e Kelly Copper irão trabalhar em Lisboa com actores, durante dez dias, num esboço preliminar de um espectáculo. Irão usar os seus métodos únicos tendo como objectivo a criação de um texto original e uma versão cénica com os participantes. Ninguém deverá ter ideias preconcebidas do que será este workshop. Nature Theater of Oklahoma consegue sempre superar as expectativas. Acreditamos que as pessoas fazem a melhor arte quando estão a fazer o que não sabem fazer. Tragam uma mente aberta e vontade para contribuir com tudo o que têm.”
Kelly Copper e Pavol Liska

O eslovaco Pavol Liska e a norte-americana Kelly Copper são os directores artísticos e encenadores da companhia Nature Theatre of Oklahoma. Com mais de uma década de existência, esta companhia afirmou-se como um dos mais originais projectos de teatro contemporâneo nos Estados Unidos, tendo apresentado o seu trabalho à escala global. No seu repertório podemos encontrar adaptações de autores clássicos como Tchekov ou Odon von Horvath e também criações a partir de textos inéditos ou gravações de conversas reais, numa diversidade de fontes que contribuem para uma obra onde tanto a crítica como o público reconhecem uma capacidade invulgar de dissecar o funcionamento das sociedades ocidentais.

Período de candidaturas: de 15 de Abril a 7 de Maio
Inscrições no Teatro Maria Matos, através do site www.teatromariamatos.egeac.pt; na bilheteira, de 3ª a domingo das 15H às 22H; ou via postal, para Projecto Educativo Teatro Maria Matos, Rua Bulhão Pato, 1B, 1700-081 Lisboa

Mais informações contacte:
Projecto Educativo Teatro Maria Matos
tel. 218 438 800 ou projectoeducativo.teatromariamatos@egeac.pt

Uma produção Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos
Co-produção Festival de Almada 2008, Alkantara Festival, CAPa e Casa das Artes de Vila nova de Famalicão

22.4.08

A PARTIR DE AMANHÃ EM DIGRESSAO


“A partir de amanhã” é um espectáculo encenado e interpretado por Cláudia Gaiolas, a partir dum texto inédito de Tiago Rodrigues, escrito em colaboração com a actriz. Explorando as noções tão contemporâneas de tempo, da sua gestão e organização, este espectáculo pretende tratar o tempo também como uma utopia. Em última análise, o tempo é a grande utopia contemporânea no mundo ocidental e globalizado tecnologicamente.

“A partir de amanhã” é a história de uma mulher que imagina a sua agenda a partir do dia em que está a falar com o público. Se o espectáculo acontece a 12 de Junho, a protagonista desta história contar-nos-á a sua vida, dia a dia, a partir do dia 13 de Junho. Esse território inóspito e pragmático que é a agenda, torna-se assim um espaço de sonho, esperança, humor e frustração.

Ao imaginar a sua agenda futura, esta mulher faz um retrato de si própria, mas também de quem ela gostaria de ser e de quem ela sabe que nunca conseguirá ser. Alcançar a felicidade é o compromisso que está marcado para as 10h de terça, mas às 14h do mesmo dia continua a ser necessário entregar o modelo 3 do IRS.

Encenação e interpretação Cláudia Gaiolas
Texto Tiago Rodrigues
Apoio técnico João D’Almeida
Apoio de produção Magda Bizarro

PRÓXIMAS DATAS:
28 DE ABRIL, 21H, SALÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS, CARRAZEDA DE ANSIÃES
13 DE JUNHO, 22, FÓRUM CULTURAL, ALCOCHETE

21.4.08

WORKSHOPS "ESTÚDIOS"- INSCRIÇÕES ABERTAS

A FESTA DE FAUSTIN
Workshop dirigido por Faustin Linyekula

20, 21, 22, 23, 24 e 28 de Maio das 14h às 19h
no Espaço Land (R. Nova do Carvalho, 77 – 2º andar, Cais do Sodré)
Apresentação pública do trabalho a 29 de Maio, às 23H, Espaço Land (R. Nova do Carvalho, 77 – 2º andar, Cais do Sodré)
Tempo total de trabalho: 36 horas
Limite de participantes: 12
O workshop será dado em francês e/ou inglês

O coreógrafo Faustin Linyekula é uma das mais importantes figuras das artes no Congo. Tendo começado a sua carreira no teatro, o que viria a marcar a sua criação coreográfica, Linyekula desenvolveu a sua carreira de coreógrafo na Europa, colaborando com alguns dos mais interessantes projectos da dança contemporânea. Naquilo que foi classificado como uma “escolha de resistência”, abandona o seu percurso europeu e regressa ao Congo para fundar o Studio Kabako. Com essa estrutura, tem criado as suas obras nos últimos anos, criando um espaço artístico inovador no seu país natal e continuando a fazer digressão na Europa, nomeadamente no Festival de Avignon, onde a sua mais recente peça foi apresentada.

A FESTA DE PAVOL E KELLY
Workshop dirigido por Pavol Liska e Kelly Copper

De 22 a 31 de Maio das 14h às 18h na Sala de Ensaios do Teatro Maria Matos
Apresentação pública do trabalho a 1 de Junho, às 19H, no Teatro Maria Matos
Tempo total de trabalho: 40 horas
Limite de participantes: 12
O workshop será dado em Inglês

“Os directores artísticos do Nature Theater of Oklahoma, Pavol Liska e Kelly Copper irão trabalhar em Lisboa com actores, durante dez dias, num esboço preliminar de um espectáculo. Irão usar os seus métodos únicos tendo como objectivo a criação de um texto original e uma versão cénica com os participantes. Ninguém deverá ter ideias preconcebidas do que será este workshop. Nature Theater of Oklahoma consegue sempre superar as expectativas. Acreditamos que as pessoas fazem a melhor arte quando estão a fazer o que não sabem fazer. Tragam uma mente aberta e vontade para contribuir com tudo o que têm.”
Kelly Copper e Pavol Liska

O eslovaco Pavol Liska e a norte-americana Kelly Copper são os directores artísticos e encenadores da companhia Nature Theatre of Oklahoma. Com mais de uma década de existência, esta companhia afirmou-se como um dos mais originais projectos de teatro contemporâneo nos Estados Unidos, tendo apresentado o seu trabalho à escala global. No seu repertório podemos encontrar adaptações de autores clássicos como Tchekov ou Odon von Horvath e também criações a partir de textos inéditos ou gravações de conversas reais, numa diversidade de fontes que contribuem para uma obra onde tanto a crítica como o público reconhecem uma capacidade invulgar de dissecar o funcionamento das sociedades ocidentais.


Período de candidaturas: de 15 de Abril a 7 de Maio
Inscrições no Teatro Maria Matos, através do site www.teatromariamatos.egeac.pt; na bilheteira, de 3ª a domingo das 15H às 22H; ou via postal, para Projecto Educativo Teatro Maria Matos, Rua Bulhão Pato, 1B, 1700-081 Lisboa

Mais informações contacte:
Projecto Educativo Teatro Maria Matos
tel. 218 438 800 ou projectoeducativo.teatromariamatos@egeac.pt

Uma produção Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos
Co-produção Festival de Almada 2008, Alkantara Festival, CAPa e Casa das Artes de Vila nova de Famalicão

Mulheres a solo (Tunis)


Duas mulheres tumultuosas, imparáveis. A anfitriã é a tunisina Syhem Belkhodja e a convidada é a belga Anne Teresa De Keersmaeker, um dos nomes maiores da dança contemporânea europeia, que esta noite apresentou o seu solo Once, uma coreografia criada a partir de música de Joan Baez, no palco do Teatro Municipal de Tunis. Estão agora a conversar, num pequeno restaurante, rodeadas das respectivas entourages. Antes do início do espectáculo, Syhem discursou em árabe para as largas centenas de pessoas presentes e Anne Teresa quer agora saber o que ela disse. “Disse-lhes que iam ver um espectáculo muito bom e avisei-os que, se saíssem a meio, ia estar lá fora para lhes perguntar porquê”, responde Syhem.
A minha participação no festival Meeting Points 5, com a companhia belga tg STAN, leva-me agora a Tunis, uma das nove cidades árabes que acolhem esta iniciativa. Chegamos à cidade na mesma noite em que Anne Teresa De Keersmaeker apresenta o seu solo e, depois de um jantar rápido, juntamo-nos à pequena multidão que preenche uma parte do passeio da Avenue de Paris, enquanto espera que as portas do teatro abram. Chegados de Marrocos, acusamos de imediato a mudança de ares. Aqui quase não há mulheres veladas, os sinais exteriores de fé estão ausentes. Estamos no país de Habib Bourguiba, o presidente que, desde a independência em 1957 e até 1987, transformou a Tunísia num dos poucos Estados laicos desta parte do mundo e impôs medidas rigorosas de igualdade de direitos da mulher.
Syhem Belkhodja é um exemplo do sucesso das medidas de Bourguiba. Dirige um dos mais importantes festivais de dança do Norte de África, em Cartago, a sua cidade natal, e em Tunis é uma das mais influentes figuras duma vida cultural cada vez mais dinâmica, liderando a sua própria companhia de dança, uma escola de artes e a sala de espectáculos Ness El Fen.
Como se esta ceia após um espectáculo fosse um encontro entre duas princesas, todo o grupo se debruça para ouvir a conversa entre Syhem e Anne Teresa. Fala-se da mulher na sociedade tunisina, da ameaça do fundamentalismo, da inocência das canções de Joan Baez. Anne Teresa conta que foi Baez que convidou Bob Dylan a vir pela primeira vez à Europa, para a acompanhar em digressao, quando ele era ainda um desconhecido. Anos mais tarde, Dylan é já uma estrela e faz o mesmo convite a Baez. Anne Teresa conta que, nas imagens dum documentário, viu como Baez se sentava num canto do camarim, olhando com enlevo para Dylan, que era agora o centro das atenções. E Baez, à parte, tratada como se fosse uma desconhecida. Então há um olhar cúmplice entre Anne Teresa e Syhem, as princesas, como se ambas soubessem o que acontece a uma mulher que baixa a guarda, nem que por um momento.

Tiago Rodrigues
Novembro 2007
(texto originalmente publicado no suplemento Actual do semanário Expresso)

9.4.08

Antígona em Marrocos (Rabat)


A conversa começa numa pequena esplanada dum parque, nas traseiras do Teatro Nacional Mohammed V. Entre os jovens actores marroquinos que se encontram connosco, está apenas uma actriz: Touria. “Gostei muito do vosso espectáculo”, diz ela. “Tenho tanta pena de não ter podido ver até ao fim. O meu marido não estava a gostar e obrigou-me a sair com ele a meio”.
Touria, 24 anos, marroquina, actriz que dá aulas de teatro a crianças, está a falar dos espectáculo Les Antigones, da companhia belga tg STAN, com o qual estou neste momento em digressão. É um espectáculo que apresenta duas versões da tragédia de Antígona. A primeira de Jean Cocteau, datada de 1922, que é um vol d’oiseau sobre o original de Sófocles, e a segunda de Jean Anouilh, de 1944, uma versão onde a psicologia se mistura com os arquétipos trágicos e são visitados os bastidores do mito. O espectáculo foi criado em Toulouse, há seis anos, tendo feito digressão por diversos países (em Portugal, foi apresentado no antigo espaço do Teatro da Garagem). Retomamos agora esta peça para a apresentarmos no Meeting Points 5, um festival organizado por nove cidades do mundo árabe, entre as quais se conta Rabat.
É precisamente em Rabat que eu e os quatro actores belgas com quem partilho o palco neste espectáculo recordamos uma lição básica do teatro. A mesma frase, dita da mesma maneira, tem um significado diferente para cada pessoa na pateia. O mesmo se pode aplicar às cidades. Um espectáculo é entendido de forma diferente de cidade para cidade, de país para país, de ano para ano. O teatro vive das circunstâncias. Em 1944, quando Anouilh estreou a sua versão de Antígona no Théâtre de l’Atelier, em Paris, o público viu na peça um debate sobre o governo de Vichy e os colaboracionistas. Em 2001, quando estreámos o espectáculo em Toulouse, no Théâtre de La Garonne, o público entendeu que estávamos a falar de Le Pen. Hoje, em Rabat, o público quis entender que Antígona é um símbolo da emancipação da mulher, uma ameaça ao patriarcado.
Depois de dois espectáculos no Mohammed V, somos nós, os actores, quem está cheio de perguntas e os papéis invertem-se, durante ente encontro com os espectadores. Ficamos a saber que frases como “j’ai assez pleuré d’être une fille” e o permanente gesto de arrogância de Antígona perante o poder masculino de Creonte, ainda incomodam alguns espectadores. “É claro que estamos habituados a ver tudo isso na televisão e no cinema, mas no teatro é diferente. Está a acontecer aqui, em Marrocos, à nossa frente”, diz Touria. A conversa continua, tarde dentro, mas Touria não pode ficar muito mais tempo. O marido vem buscá-la. Nunca chegámos a contar-lhe como acaba o espectáculo.

Tiago Rodrigues
Novembro 2007
(texto originalmente publicado no suplemento Actual do semanário Expresso)

Yesterday's Man em Beirute

O espectáculo YESTERDAY’S MAN vai ser apresentado no Festival Home Works IV, organizado pela associação Ashkal Alwan, em Beirute, Líbano. O espectáculo será apresentado no Teatro Masrah Al Madina, no próximo dia 14 de Abril, às 22 horas.

YESTERDAY’S MAN resulta do primeiro encontro artístico entre Tiago Rodrigues e o encenador, actor e autor libanês Rabih Mroué, a convite de Alkantara e no âmbito do projecto Sites of Imagination. A esta dupla juntaram-se o arquitecto e escritor libanês Tony Chakar e o cenógrafo e desenhador de luzes belga Thomas Walgrave. YESTERDAY’S MAN estreou em Girona e foi apresentado em Lisboa, Cagliari, Marselha e Liubliana. Em Maio será estreada uma versão portuguesa deste espectáculo, criado originalmente em inglês, que será apresentada no Espaço CApa, em Faro, e no Teatro da Politécnica, em Lisboa, inserido na programação do Alkantara Festival

Sinopse
Um português visita a cidade de Beirute ano após anos. Ele é várias pessoas que são sempre a mesma. Vários homens iguais que, ano após ano, percorrem o mesmo caminho, durante um dia, no centro de Beirute. A cidade vai mudando, vai-se metamorfoseando mercê da erosão do tempo e das convulsões da História. Este homem sempre igual acaba por viver dias diferentes, a cada visita. Os dias que a cidade mutante lhe permite viver. Este espectáculo parte da hipótese de que em cada cidade existe uma outra cidade subterrânea e por baixo dessa existe ainda uma outra cidade e assim sucessivamente, num infinito de cidades escondidas que o tempo vai revelando de forma imprevisível. Essas cidades subterrâneas são tanto o passado como o futuro, são tudo o que já não ou ainda não existe no presente.

Equipa
um espectáculo de Rabih Mroué, Tiago Rodrigues e Tony Chakar com Tiago Rodrigues cenário e desenho de luzesThomas Walgrave assistente Joelle Aoun
produção executiva Magda Bizarro
Uma produção Mundo Perfeito e Alkantara. Projecto financiado por DGA, Ministério da Cultura, com os apoios de Instituto Camões, Ashkal Alwan e Teatro Maria Matos.