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5.1.09

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24.9.08

"A PARTIR DE AMANHÃ" EM ÉVORA

25 de Setembro, 21h30, Bar do Hotel da Cartuxa, Évora
Integrado no festival Escrita na Paisagem


A PARTIR DE AMANHÃ
Interpretação Cláudia Gaiolas
Texto Tiago Rodrigues

“A partir de amanhã” é um espectáculo encenado e interpretado por Cláudia Gaiolas, a partir dum texto inédito de Tiago Rodrigues, escrito em colaboração com a actriz. Explorando as noções tão contemporâneas de tempo, da sua gestão e organização, este espectáculo pretende tratar o tempo também como uma utopia. Em última análise, o tempo é a grande utopia contemporânea no mundo ocidental e globalizado tecnologicamente.



“A partir de amanhã” é a história de uma mulher que imagina a sua agenda a partir do dia em que está a falar com o público. Se o espectáculo acontece a 12 de Junho, a protagonista desta história contar-nos-á a sua vida, dia a dia, a partir do dia 13 de Junho. Esse território inóspito e pragmático que é a agenda, torna-se assim um espaço de sonho, esperança, humor e frustração.

Ao imaginar a sua agenda futura, esta mulher faz um retrato de si própria, mas também de quem ela gostaria de ser e de quem ela sabe que nunca conseguirá ser. Alcançar a felicidade é o compromisso que está marcado para as 10h de terça, mas às 14h do mesmo dia continua a ser necessário entregar o modelo 3 do IRS.

A criação artística nos sistemas de reinserção social

Hoje, quarta-feira, dia 24 de Setembro, realiza-se no Auditório 2 da Fundação Gulbenkian um Seminário onde, a partir do Projecto «Reinserção pela Arte», será debatido o lugar da criação artística nos sistemas de reinserção social. Cláudia Gaiolas, actriz, e Tiago Rodrigues, actor, dramaturgo e director artístico do Mundo Perfeito são dois dos participantes.


«Reinserção pela Arte» é um projecto-piloto de natureza experimental, desenvolvido em centros educativos de reinserção social, iniciado em Junho 2006 e terminado em Junho de 2008. O projecto foi promovido pela Fundação Gulbenkian, em colaboração com a Direcção-Geral de Reinserção Social, em três Centros Educativos da área da grande Lisboa: Centro Educativo Navarro de Paiva, em Benfica, Centro Educativo da Bela Vista, na Graça e Centro Educativo Padre António Oliveira, em Caxias. Teve como objectivo desenvolver a descoberta de novas estratégias de abordagem de educação dos jovens para a cidadania; contribuir para o combate ao insucesso escolar, reconhecendo a educação de uma forma mais abrangente; promover o contacto com as diversas formas de expressão artística, sensibilizando-os para outros domínios estéticos; favorecer a descoberta de novas aptidões e competências, promovendo a sua auto-estima e perspectivando saídas profissionais alternativas. O projecto tem como objectivo contribuir para a inserção social dos jovens, combatendo a estigmatização.

O Seminário tem início às 09h30 com intervenções de Eduardo Marçal Grilo, Administrador da Fundação Gulbenkian, Leonor Furtado Directora-Geral de Reinserção Social e José Conde Rodrigues, Secretário de Estado Adjunto e da Justiça. Participam ainda neste Seminário Jorge Barreto Xavier (ex-Coordenador do projecto «Reinserção pela Arte» e Director-Geral das Artes), bem como os artistas e criadores que estiveram envolvidos no projecto: Rui Horta, Fernando Mora Ramos, Madalena Vitorino, Rui Júnior, António Louro e José Niza, Cláudia Gaiolas, Tiago Rodrigues e Teresa Garcia. Jeremy Weller, Director Artístico do Grass Market Project, uma companhia de teatro inglesa que aborda temas ligados à exclusão social, também dará o seu testemunho. Na sessão de encerramento estarão presentes Jorge Pedreira, Secretário de Estado Adjunto e da Educação e Rogério Canhões, Subdirector-Geral de Reinserção Social. A entrada é livre.

15.9.08

A FESTA no Teatro Municipal da Guarda

20 de SETEMBRO, 21h30, TEATRO MUNICIPAL DA GUARDA



criação colectiva | texto Filipe Homem Fonseca, Nelson Guerreiro e Tiago Rodrigues | interpretação Cátia Pinheiro, Cláudia Gaiolas, Joaquim Horta, Marcello Urgeghe, Rita Blanco, Tiago Rodrigues e Tónan Quito | cenário e desenho de luz Thomas Walgrave | produção, adereços e fotografia Magda Bizarro | assistente de produção e adereços Moirika Reker | produção Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos | em co-produção com Festival de Almada 2008, Alkantara Festival, CAPa e Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão

5.9.08

YESTERDAY'S MAN - BRUXELAS/BRUSSELS

KAAITHEATER, Bruxelas / Brussels (BE)
11/09/08 - SPOKEN WORD FESTIVAL
www.kaaitheater.be



Um espectáculo de / A performance by RABIH MROUÉ, TIAGO RODRIGUES e TONY CHAKAR
Com / With TIAGO RODRIGUES
Cenário e desenho de luzes / Set and light design THOMAS WALGRAVE
Co-produção / Co-production MUNDO PERFEITO, ALKANTARA

5.8.08

"QUAL FUTURO" NO RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS, DIARIAMENTE ÀS 10H00

QUAL FUTURO é o nome de um novo programa do Rádio Clube Português,em colaboração com a Direcção Geral de Reinserção Social e a Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de um projecto de escrita criativa dirigido por Tiago Rodrigues e Cláudia Gaiolas com menores internados em diversos Centros Educativos da área de Lisboa.


Durante dois meses, Cláudia Gaiolas e Tiago Rodrigues trabalharam com dezenas de jovens internados em instituições, com o objectivo de cada um deles escrever uma história curta cuja única condição era ser uma história que se passa em 2028, daqui a 20 anos. Desde histórias românticas, de aventura ou policiais, foram muitas ficções criadas ao longo deste projecto e que agora o Rádio Clube Português vai emitir no programa QUAL FUTURO.

Todos os dias, às 10h, é emitida uma história escrita por um jovem de um Centro Educativo no âmbito deste projecto da Gulbenkian. Nalguns casos, o programa conta com uma reportagem acerca do autor da história e haverá sempre um convidado em estúdio, onde se contam artistas que trabalharam com estes menores institucionalizados ou professores, monitores e responsáveis que acompanham diariamente a vida destes recém-descobertos ficcionistas.

17.7.08

A Festa na Imprensa

"Pela janela vê-se o fogo de artifício na outra banda. Mas do lado de dentro, o jantar que estes sete montaram é um desastre com elevada percentagem de vítimas. É para isto que servem as festas, para uns com os outros embirrarmos com acintosa precisão? O elenco de criadores de A Festa responde sim – ou pelo menos que assim é no retrato que criaram desse complexo exercício de relações públicas que são as festas.
Estreia do Festival de Teatro de Almada, esta peça sai directamente do projecto Estúdios (uma colaboração da produtora Mundo Perfeito com o Teatro Maria Matos destinada à descoberta de nova dramaturgia), este ano concretizado em três oficinas, dirigidas por Pavol Liska e Kelly Cooper, dos Nature Theatre of Oklahoma, o realizador João Canijo e o coreógrafo Faustin Linyekula. O trabalho foi orientado para o tema da festa e, de metodologia em metodologia e de experiência pessoal em experiência pessoal, Filipe Homem Fonseca, Nelson Guerreiro e Tiago Rodrigues compuseram o texto que Rodrigues interpreta com Cátia Pinheiro, Cláudia Gaiolas, Joaquim Horta, Marcello Urgeghe, Rita Blanco e Tónan Quito, sobre cenário e desenho de luz de Thomas Walgrave".



"Voltando às festas cristalizadas em A Festa. Diz a regra que corre tudo bem até um ou uma dizer o que não deve e alguém levar a coisa mais a peito. Nessa altura, seja qual for a categoria de festa, mas principalmente nas “entre amigos” ou “de colegas”, enquanto uns tomam partido, outros procuram apaziguar e alguns simplesmente assobiam para o lado, a festa está definitivamente estragada. É o que acontece nesta peça de criação colectiva em que as personagens representam atitudes, comportamentos, posturas e reacções como quem vive um ritual disfarçado de celebração. Em cena estão a máscara social, abalada logo ao terceiro copo ou ao segundo charro ou à primeira pastilha, claro; os protocolos que regulam a função, a obrigação totalitária de divertimento, o exibicionismo; mas também a comunhão e a partilha e a lealdade, isto é, a razão oficial da convocação destes eventos.
Como os criadores e intérpretes não revelam o passado das personagens, nada de subjectivo distrai do que é essencial ao entrecho: a exibição da espuma onde assentam relações tecidas por razões das mais variadas. Assim, com economia, competência e brio realçam a teatralidade própria do comportamento festivo, ao mesmo tempo elaborando um espectáculo que aponta a hipocrisia sem ferir susceptibilidades nem pregar moral".

Rui Monteiro, Time Out Lisboa

16.7.08

A FESTA

A FESTA
by Mundo Perfeito at Teatro Maria Matos, Lisbon, Portugal
Until the 27th July | Wednesday to Saturday at 21H30 | Sunday at 17H00


A FESTA (The Party) is the first performance created in the frame of project ESTÚDIOS. This performance has its origin in three workshops directed by the acclaimed portuguese film director João Canijo; by Pavol Liska and Kelly Copper, the artistic directors of the american company Nature Theatre of Oklahoma and by the congolese coreographer Faustin Linyekula. All these artists were asked to think how would they create a work with the same subject: the Party. Actors and writers participated in the three workshops and later met to create a piece that would develop and melt down the very different experiences of each workshop.



ESTÚDIOS will happen every year, inviting several artists to explore a subject in the frame of a workshop that will be attended by a group of actors and writers that will, afterwards, build a performance based on that experience, promoting theatre as a space of creative meeting and collective thinking.

A FESTA is a collective creation of Cátia Pinheiro, Cláudia Gaiolas, Filipe Homem Fonseca, Joaquim Horta, Magda Bizarro, Marcello Urgeghe, Nelson Guerreiro, Rita Blanco, Thomas Walgrave, Tiago Rodrigues and Tónan Quito

Produced by Mundo Perfeito and Teatro Maria Matos
Co-produced by Festival de Almada 2008, Alkantara Festival,
CAPa and Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão

9.7.08

A FESTA

Sete personagens fora de água

Texto de Francisco Frazão para a folha de sala do espectáculo "A Festa", em cena até 27 de Julho no Teatro Maria Matos

O que há num tema? Se o projecto Urgências produzia espectáculos feitos de peças curtas em que se perguntava a cada autor(a) o que tinha ele/ela de urgente para dizer, o seu sucessor, os Estúdios, desagua num texto único (embora escrito a várias mãos) feito a partir de uma ideia que muda anualmente – nesta primeira edição é A Festa. Trabalhar a partir de um mau tema pode acordar memórias desagradáveis de redacções da quarta classe, mas há palavras que têm a estranha capacidade de aglutinar à sua volta imagens e discursos poderosos, contraditórios e actuais. “Festa” parece ser uma delas (e a prová-lo o facto de aparecer em vários títulos, basta pensar em Celebration de Pinter, Festen de Thomas Vinterberg ou La Festa de Spiro Scimone). A festa pode ser o final feliz da história, remate clássico e não-problemático de uma narrativa cheia de peripécias: finita la commedia. Mas nestes tempos em que somos obrigados a divertir-nos, em que a cultura é sofregamente engolida nessas ocasiões – da mesma família semântica – a que chamamos “festivais” (e este projecto comete a proeza auto-irónica de ser co-produzido por dois!), as complicações começam quando a festa é a história toda – basta pensar nalguns clássicos do realismo psicológico como Quem tem medo de Virginia Woolf? Uma reunião de pessoas com graus diferentes de intimidade entre si, tensões latentes e substâncias alcoólicas ou outras circulando em abundância são ingredientes ideais para uma noite animada – se não para os convivas, certamente para quem está na plateia. As máscaras caem, a violência explode, há uma espécie de catarse e a luz da manhã traz um olhar diferente sobre a vida.
Mas este espectáculo é um iceberg em que a parte submersa quer continuar a sê-lo e só muito raramente espreita – as personagens hão-de desagregar-se e vão dizer-se verdades e meias verdades, só que as pistas correm o risco de passar despercebidas na confusão das vozes. Quem são estas pessoas, o que comemoram? As respostas serão tardias e fragmentárias. Subvertendo as regras do realismo, com os seus dez minutos de exposição e as informações cruciais ditas três vezes, aqui tudo isso fica debaixo de água. Se nas peças de Tchékov a espingarda que se vê no I Acto dispara no III, nesta festa o que se perde já não se encontra. Isto que é uma tomada de posição estética deriva também do próprio processo de produção. Para além das habituais 6 semanas de ensaios houve três workshops para construção de um mundo e exploração do tema, em que participaram os criadores deste espectáculo mas também gente de fora, orientados por artistas com percursos tão estimulantes quanto divergentes. Definiram-se personagens e relações, dançou-se e cantou-se, aprendeu-se a importância das conversas sem importância. Mas agora essas personagens já não estão ansiosas por nos mostrar quem são, esqueceram-se da intriga e estão simplesmente a jantar umas com as outras. É por isso que o texto, que tem três assinaturas mas foi discutido por todos, quase não tem indicações cénicas: não era preciso, são os actores quem as escreve no palco. Todo esse trabalho prévio, essa experiência de vida em comum, já só está entre as falas, nos espaços entre os corpos: como a areia das amêijoas lembra o mar.

Francisco Frazão