A inquietação optimista
Na última semana, tivemos a rara oportunidade de ler duas óptimas entrevistas a Jorge Sampaio. A primeira a 1 de Junho, a marcar a remodelação do diário A Capital, e a segunda hoje, na revista Pública. Tanto na conversa com o Luís Osório, como na que hoje publica Maria João Seixas, Sampaio fala da sua eterna insatisfação, da sua serena inquietação, do seu optimismo.
Na entrevista à Capital, o Presidente foi talvez mais surpreendente. Pudemos ler, naquelas páginas, um Jorge Sampaio que mantém a mesma paixão de sempre pelo trabalho político e que nunca prescindiu de se fazer mover por convicções. Mesmo quando sabemos que essas são as primeiras a perder-se nos corredores do poder. No entanto, na entrevista à nova Capital, Sampaio deixou claro que terá sido pouca a transformação que os corredores do poder exerceram sobre ele (mais alguns cabelos brancos, ele próprio o admite). Terá sido mais a influência que Sampaio exerceu no poder tal como o conhecemos em Portugal. É essa, pelo menos, a minha leitura.
Já na entrevista que sai hoje no Público, a proximidade geracional com Maria João Seixas empurra Jorge Sampaio para um discurso mais recheado de memórias, embora nunca nostálgico. Aliás, essa é a nota dominante do discurso: a forma como o Presidente olha para o seu percurso e o passado do país, fazendo a ponte com o presente e, sobretudo, o futuro.
No final da leitura de qualquer uma das entrevistas, algumas coisas são claras. Em primeiro lugar, penso que temos a sorte de ter um Presidente que é, em simultâneo, um dos mais lúcidos observadores do nosso país. No entanto, essa lucidez não o impede, como seria previsível, de ser um optimista em relação ao futuro de Portugal. Em ambas entrevistas, ouvimo-lo falar incessantemente na aposta na educação e na qualificação dos nossos quadros. Em ambas entrevistas, é fácil perceber que não há lugar a demagogias quando Sampaio nos confessa que todos os dias se pergunta o que é que pode fazer mais para ajudar o país.
Tendo em conta o momento especial que vivemos neste mês de Junho, as duas entrevistas do Presidente da República foram uma óptima notícia. Com tanto anúncio de retoma, tantas iniciativas para tentar recuperar a moral e a confiança dos portugueses, tanto Rock, tanto Euro 2004, tantas marchas populares, feiras eleitorais e efemérides patrioteiras, com tudo isto... é bom sentir que pelo menos uma razão para me sentir confiante com o futuro do país não é fogo de artifício. Obrigado, senhor Presidente.
Na entrevista à Capital, o Presidente foi talvez mais surpreendente. Pudemos ler, naquelas páginas, um Jorge Sampaio que mantém a mesma paixão de sempre pelo trabalho político e que nunca prescindiu de se fazer mover por convicções. Mesmo quando sabemos que essas são as primeiras a perder-se nos corredores do poder. No entanto, na entrevista à nova Capital, Sampaio deixou claro que terá sido pouca a transformação que os corredores do poder exerceram sobre ele (mais alguns cabelos brancos, ele próprio o admite). Terá sido mais a influência que Sampaio exerceu no poder tal como o conhecemos em Portugal. É essa, pelo menos, a minha leitura.
Já na entrevista que sai hoje no Público, a proximidade geracional com Maria João Seixas empurra Jorge Sampaio para um discurso mais recheado de memórias, embora nunca nostálgico. Aliás, essa é a nota dominante do discurso: a forma como o Presidente olha para o seu percurso e o passado do país, fazendo a ponte com o presente e, sobretudo, o futuro.
No final da leitura de qualquer uma das entrevistas, algumas coisas são claras. Em primeiro lugar, penso que temos a sorte de ter um Presidente que é, em simultâneo, um dos mais lúcidos observadores do nosso país. No entanto, essa lucidez não o impede, como seria previsível, de ser um optimista em relação ao futuro de Portugal. Em ambas entrevistas, ouvimo-lo falar incessantemente na aposta na educação e na qualificação dos nossos quadros. Em ambas entrevistas, é fácil perceber que não há lugar a demagogias quando Sampaio nos confessa que todos os dias se pergunta o que é que pode fazer mais para ajudar o país.
Tendo em conta o momento especial que vivemos neste mês de Junho, as duas entrevistas do Presidente da República foram uma óptima notícia. Com tanto anúncio de retoma, tantas iniciativas para tentar recuperar a moral e a confiança dos portugueses, tanto Rock, tanto Euro 2004, tantas marchas populares, feiras eleitorais e efemérides patrioteiras, com tudo isto... é bom sentir que pelo menos uma razão para me sentir confiante com o futuro do país não é fogo de artifício. Obrigado, senhor Presidente.
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